'Atravessamos momentos de tensão', diz representante de MS sobre retorno ao Brasil após ataques em Israel
21/06/2025
(Foto: Reprodução) Comitiva do governo de Mato Grosso do Sul participava de missão oficial em Tel Aviv e precisou deixar o país por rota terrestre até a Jordânia. Comitiva de MS em Israel.
Ricardo Senna/Arquivo Pessoal
A comitiva de Mato Grosso do Sul que estava em Israel durante os ataques entre o Irã retornou a Campo Grande nesta sexta-feira (20), após uma semana marcada por incertezas. O secretário executivo de Ciência e Tecnologia de do governo de Mato Grosso do Sul, Ricardo Senna, conversou com o g1 e deu detalhes dos últimos dias de tensão.
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“Foi muito apreensivo, primeiro para a gente poder definir qual era o melhor momento e se a gente podia sair dali. Tinha muitas dúvidas”, relatou Ricardo Senna.
A viagem, prevista para ocorrer entre os dias 7 e 14 de junho, foi interrompida após o início dos ataques. O retorno, inicialmente programado para o dia 14, foi adiado por questões de segurança, após Israel realizar ofensivas contra alvos iranianos.
Durante os ataques, os membros da comitiva estavam hospedados em um hotel em Tel Aviv que contava com bunkers para proteção. Com o espaço aéreo fechado, os integrantes aguardaram autorização das Forças de Defesa de Israel para deixar o país por via terrestre.
"Alguns defendiam que a gente saísse por terra, outros defendiam que a gente permanecesse. Eu mesmo achava que a gente deveria permanecer, mas vimos que a saída pela Jordânia poderia ser uma alternativa rápida”, explicou Senna.
Além de Ricardo Senna, também integravam a delegação Christinne Maymone, secretária adjunta da Secretaria de Estado de Saúde (SES), e Marcos Espíndola, responsável pelo setor de tecnologia da pasta. A decisão de cruzar a fronteira foi tomada após avaliação conjunta com autoridades brasileiras e israelenses.
“Foi um trajeto tenso, porque estávamos vulneráveis. A esperança era que, como os ataques não aconteciam tanto durante o dia, não fôssemos atingidos. Se houvesse ataque, o protocolo era parar o ônibus, deitar no chão e cobrir a cabeça.”
A travessia até a Jordânia durou cerca de uma hora e vinte minutos. Na fronteira, o grupo foi recebido pela Embaixada Brasileira, que providenciou transporte e segurança até o hotel e, posteriormente, ao aeroporto para o embarque de volta ao Brasil.
“A embaixada foi muito atenciosa e garantiu nossa segurança até o hotel e depois até o aeroporto. Foi um alívio chegar em casa”, concluiu Senna.
O conflito entre Irã e Israel entrou neste sábado (21) no nono dia. Segundo balanços oficiais, mais de 240 pessoas morreram e milhares ficaram feridas desde o início da escalada, em 13 de junho. Órgãos independentes estimam que os números reais podem ser ainda maiores.
De volta para casa: representante de MS fala de dias que passou em Israel
Vista do ônibus, durante trajeto de Israel para Jordânia.
Ricardo Senna /Arquivo Pessoal
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